Acontece que ainda
precisava caçar mais a vela principal, para acelerar o barco e retomar o
ritmo anterior. O risco era evidente: Caçar a vela significaria tirar a
escota do mordedor e torcer para que pudesse trava-la novamente. Não
havia alternativa a 2 braços já cansados. Eu teria que refazer a manobra
mais uma vez, e isso significaria o fim da regata para o Gatsby. Só que
dessa vez, a cerveja parece que falou mais alto e tentei dar uma de
“ninja”. Perder o mínimo de vento, correr para o mordedor, travar a
escota e retornar ao trapézio, sem fazer o barco virar.
O resultado não poderia ser
outro. Assim que cacei a vela antes de subir ao trapézio, a inclinação
foi demais e o Gatsby virou ! |
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Sofri pra desvirar o barco,
com as energias já debilitadas e todos os barcos já na minha frente, o
último lugar era humilhante. Mas não se desiste assim tão fácil. Voltei
à regata, mas o problema da escota continuava e teria que agüentar o
máximo possível em levar o barco no braço antes de tentar a mesma
manobra pela quarta vez.
10 minutos foram
suficientes para a paciência ir embora e a mesma manobra precisava ser
feita, a não ser que eu quisesse chegar ao Marco Zero no início da noite |
Com o espírito de ninja
mais aguçado ainda, talvez pelo efeito cada vez maior da cerveja, fiz o
mesmo movimento, na tentativa de perder o mínimo possível de vento, e lá
estava eu novamente, dentro do mar, com o Gatsby virado. Segunda vez era
além da conta, e com muito esforço consigo desvirar o barco. Travo a
maldita escota no moitão, e quando vou para o trapézio......
Onde esta o trapézio?? |
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O elástico que mantém o
trapézio na sua posição, havia quebrado, e o cabo de aço estava ao gosto
dos ventos alísios do nordeste, voando por trás da vela principal.
Fiquei em pé no Gatsby, o barco obviamente em movimento, e tentei
alcançar o trapézio, sem sucesso. O vento era forte. Nessa hora, a
imaginação de ninja foi além do inimaginável: Pensei comigo: “ Vou dar
um salto, pegar o cabo de aço, e em um movimento de tarzã, retornarei
para dentro do barco, intacto!”.
Só muita cerveja para fazer
alguém acreditar nisso. O resultado não poderia ter sido outro. Saltei e
simplesmente caí fora do barco! Começo a nadar para voltar até ele,
mas....
Mas..... mas..... |