Acontece que ainda precisava caçar mais a vela principal, para acelerar o barco e retomar o ritmo anterior. O risco era evidente: Caçar a vela significaria tirar a escota do mordedor e torcer para que pudesse trava-la novamente. Não havia alternativa a 2 braços já cansados. Eu teria que refazer a manobra mais uma vez, e isso significaria o fim da regata para o Gatsby. Só que dessa vez, a cerveja parece que falou mais alto e tentei dar uma de “ninja”. Perder o mínimo de vento, correr para o mordedor, travar a escota e retornar ao trapézio, sem fazer o barco virar.

O resultado não poderia ser outro. Assim que cacei a vela antes de subir ao trapézio, a inclinação foi demais e o Gatsby virou !

 

Sofri pra desvirar o barco, com as energias já debilitadas e todos os barcos já na minha frente, o último lugar era humilhante. Mas não se desiste assim tão fácil. Voltei à regata, mas o problema da escota continuava e teria que agüentar o máximo possível em levar o barco no braço antes de tentar a mesma manobra pela quarta vez.

 

10 minutos foram suficientes para a paciência ir embora e a mesma manobra precisava ser feita, a não ser que eu quisesse chegar ao Marco Zero no início da noite

foto5.jpg (84474 bytes)

 

foto6.jpg (66633 bytes)

Com o espírito de ninja mais aguçado ainda, talvez pelo efeito cada vez maior da cerveja, fiz o mesmo movimento, na tentativa de perder o mínimo possível de vento, e lá estava eu novamente, dentro do mar, com o Gatsby virado. Segunda vez era além da conta, e com muito esforço consigo desvirar o barco. Travo a maldita escota no moitão, e quando vou para o trapézio......

 

 

Onde esta o trapézio??

 

O elástico que mantém o trapézio na sua posição, havia quebrado, e o cabo de aço estava ao gosto dos ventos alísios do nordeste, voando por trás da vela principal. Fiquei em pé no Gatsby,  o barco obviamente em movimento, e tentei alcançar o trapézio, sem sucesso. O vento era forte. Nessa hora, a imaginação de ninja foi além do inimaginável: Pensei comigo: “ Vou dar um salto, pegar o cabo de aço, e em um movimento de tarzã, retornarei para dentro do barco, intacto!”.

 

Só muita cerveja para fazer alguém acreditar nisso. O resultado não poderia ter sido outro. Saltei e simplesmente caí fora do barco!  Começo a nadar para voltar até ele, mas....

Mas..... mas.....

foto7.jpg (89726 bytes)

 

foto8.jpg (82785 bytes)

 

 

CONTINUA......