Gatsby, o barco fantasma
Dessa vez, nossa
experiência foi completamente diferente da primeira regata, no ano
passado. Na última hora, Bira pegou uma forte gripe e ficou
impossibilitado de me acompanhar. Tive que participar sozinho a bordo do
“Gatsby”, o que já me desqualificou do grupo de Hobie Cat 16 e me deixou
em classe aberta, mas tudo bem.
Parti sozinho no dia
anterior, sábado, do Cabanga de Maria Farinha, em direção a Ponta de
Pedras. O vento Nordeste dificultou todo o percurso, que levou quase 4
horas para ser cumprido, com um vento praticamente de proa. Cheguei em
Ponta de Pedras no início da noite, para armar barraca na beira da
praia, tomar um banho no chuveiro público e ir para o jantar de
confraternização. Como sempre, a “tropa” da vela estava toda presente, e
a confraternização foi regada a churrasco e cerveja.
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No domingo de manhã,
acordar logo cedo com os primeiros raios de sol é obrigatório. É
impossível agüentar o calor em uma barraca de acampar quando o sol
aparece. Chega a hora de tomar café na padaria da esquina, tomar um
banho pra matar o resto da ressaca e começar os preparativos no barco.
Bira veio com meu Jipe para acompanhar toda a movimentação e dar apoio
moral, sem falar, é claro, para cobrir o evento com as fotos aqui
mostradas. Como sempre, a movimentação dos preparativos, as velas sendo
içadas, barcos descendo na areia da praia até a beira do mar, aumentam a
adrenalina e a expectativa da largada às 10 da manhã.
Por estar participando
sozinho, o cuidado é redobrado com o barco: Cabos, estais, vela, moitão.
A redução já vinha com um problema em seu “mordedor”, que dificultava o
travamento da escota, o que potencializava uma situação de maior
instabilidade de controle do barco em alta velocidade. A ausência de um
parceiro de regata deixava essa variável em destaque, mas regata é
regata e o que importa é a aventura.
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Para aumentar a disposição
e “coragem”, a cerveja foi o complemento do café da manhã, e as 9:30, eu
já estava 100% em ritmo máximo para encarar quase 3 horas entre Ponta de
Pedras e o Marco Zero no Porto de Recife.
A largada, como sempre,
ocorreu por volta das 10:10 da manhã, e eu estava bem colocado na linha
de frente. Vento forte, Nordeste, vindo bem de través no Hobie Cat, o
que levantou a “banana” e o querido trapézio foi bem convidativo.
Controlar um Hobie Cat 16 sozinho, com vento de través e banana
levantada é meio delicado, e pra piorar, com meu moitão sem conseguir
“morder” a escota, o que me obrigou a segurar o barco literalmente na
mão mesmo.
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Maravilha! Os Hobie Cats
mais novos e tripulados pelos “profissionais”, tomaram a dianteira, e os
barcos cara-de-pau, como o meu, que se atrevem a participar de regatas,
estavam no time do meio. O Gatsby estava bem colocado, à frente de
vários outros barcos.
Mas o que estava me matando
era a escota do moitão, que não travava de maneira alguma. Em 20 minutos
segurando o Gatsby no braço, o cansaço começou a falar mais alto, e nem
mesmo trocar de mão, para aliviar o peso, estava funcionando mais. A
única alternativa era sair do trapézio, ir até o moitão e travar a
escota em cima do mordedor, mas isso automaticamente implicava em
reduzir vento e colocar o Gatsby em 2 bananas n’água, caso contrario, é
virada na certa. Reduzir o vento significaria perder varias posições e
ficar pra trás. Sai rapidamente do trapézio, travei o mordedor, cacei a
vela, e retornei ao trapézio. Perdi nessa manobra, 2 posições.
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CONTINUA...... |
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